Operação de emergência em Fernando de Noronha (PE) utiliza iluminação improvisada devido a falha no sistema de balizamento noturno

Com sistema noturno inoperante, viaturas iluminaram a pista para o pouso de um avião-resgate que transferiu paciente em estado grave para o Recife

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Foto: Redes Sociais

Na noite do domingo (12), o Aeroporto Carlos Wilson, em Fernando de Noronha (PE), foi palco de uma operação emergencial pouco convencional: com o sistema de balizamento noturno fora de serviço, veículos oficiais, ambulâncias, caminhões e viaturas, foram posicionados ao longo da pista com faróis acesos para viabilizar a aterrissagem de uma aeronave de resgate.

O avião era para transportar Luana Pedro de Lima, vítima de um grave acidente de motocicleta ocorrido durante a madrugada. Segundo o Hospital São Lucas, ela deu entrada por volta das 4h30, com sangramento intenso, traumatismo crânio-encefálico e múltiplas fraturas faciais (mandíbula, maxila e nariz).

A transferência para o Recife foi considerada necessária diante da gravidade do quadro: exames de imagem mais sofisticados e avaliação cirúrgica especializada só poderiam ser realizados fora da ilha.

A ilha de Fernando de Noronha não opera voos noturnos regulares. A exceção é feita em casos de urgência médica, o que foi o caso no domingo, motivando a mobilização.

O sistema de balizamento da pista estava com defeito há alguns dias. A Dix, empresa que administra o aeroporto, informa que já iniciou os reparos e adquiriu as peças necessárias, previstas para chegar nos próximos dias.

Samuel Prado, diretor da Dix, admitiu a falha técnica e disse que a administração vai avaliar se haverá responsabilização pela interrupção do serviço essencial.

Contexto estrutural e riscos latentes

O episódio não é isolado. Em julho de 2025, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) impôs restrições ao aeroporto de Noronha após paralisações nas obras de recuperação do pavimento e suspeitas de risco estrutural.

Na ocasião, foram registradas falhas no asfalto em áreas de taxiamento e pátio de aeronaves. Problemas semelhantes já haviam causado o “afundamento” de duas aeronaves nos meses anteriores.

Por enquanto, o governo local e a administração do aeroporto se comprometem a aprofundar a investigação interna e adotar medidas de correção. Comitês técnicos da aviação civil monitoram o caso, podendo determinar sanções ou exigências de requalificação, caso sejam identificadas irregularidades que comprometam a segurança operacional.

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