Nessa quinta-feira (9), a Aura Minerals (mineradora de ouro e cobre) promoveu uma cerimônia oficial para celebrar o início da operação comercial de sua mina Borborema, situada em Currais Novos (Rio Grande do Norte). O evento reuniu autoridades locais, entre elas o prefeito Lucas Galvão, a vice-prefeita Milena Galvão e o ex-prefeito Odon Júnior e executivos da mineradora, marcando o momento em que o projeto deixa o papel e passa a produzir efetivamente.
Em comunicado de 22 de setembro de 2025, a Aura anunciou que a mina já opera em capacidade comercial, com processamento de cerca de 4.500 toneladas de minério por dia e recuperação de ouro acima de 90 % (em alguns casos até 92 %). Esse desempenho coloca Borborema entre os ativos de maior destaque no portfólio da empresa.
Além do desempenho técnico, o projeto ganhou visibilidade por adotar práticas ambientais ambiciosas. A mina usará 100 % de água de reuso, proveniente do esgoto tratado de Currais Novos, evitando competição por recursos hídricos essenciais na região semiárida. Para viabilizar isso, foram investidos R$ 48,4 milhões em infraestrutura de tratamento e adução, com R$ 15,4 milhões destinados ao sistema de tratamento e R$ 33 milhões à adutora.
O programa ambiental da Aura também foi reconhecido por órgãos como a Secretaria de Recursos Hídricos do Estado e o Tribunal de Contas (TCE-RN). O projeto de reposição florestal, que envolve o plantio de mais de 13 mil mudas em 11 hectares, figura como um case no combate à desertificação regional.
Durante a fase de construção, Borborema recebeu mais de R$ 1 bilhão em investimentos e gerou aproximadamente 2.500 empregos diretos. Atualmente já emprega cerca de mil trabalhadores diretos e mais de 3.500 empregos indiretos, movimentando a economia local em diversas cadeias de serviço e infraestrutura.
A Aura projeta que, com a liberação de uma nova área localizada sob a BR-226, atualmente em negociação, as reservas da mina possam dobrar. Isso implicaria em retomada do nível de postos diretos vistos na construção (até 2.500), e injeção adicional de R$ 645 milhões em investimentos complementares.
Segundo o Estudo de Viabilidade concluído em 2023, Borborema possui reservas prováveis da ordem de 812 mil onças de ouro, com projeção de produção ao longo de uma vida útil de cerca de 11,3 anos. Com a possível conversão de recursos indicados à categoria de reservas, o potencial de expansão se torna concretizável, dependendo de fatores como preço do ouro e câmbio.