Nesta sexta-feira (10), a Prefeitura de Cabedelo (PB) oficializou a queda de Fernando Sobrinho, até então secretário de Indústria e Comércio, um nome historicamente ligado ao ex-prefeito Vítor Hugo. A decisão, mais do que uma simples troca administrativa, marca o rompimento definitivo entre André Coutinho e o legado político que o colocou no poder. O gesto é visto nos bastidores como um corte cirúrgico, simbólico e estratégico, sinalizando que o prefeito decidiu, de vez, governar sem a sombra do passado.
Sobrinho também orbitava na mesma trincheira política do presidente da Câmara, Edvaldo Neto, outro que rompeu fileiras com o atual gestor. A debandada não é isolada: fala-se em uma verdadeira faxina política. Só neste ano, ao menos cinco auxiliares ligados ao ex-prefeito caíram um a um, num movimento que expõe o racha e revela a estratégia de Coutinho em desmontar, peça por peça, o antigo tabuleiro de poder em Cabedelo.
Por trás das cortinas, cresceu a leitura de que Fernando Sobrinho teria atravessado a linha, mantendo diálogo com figuras da oposição enquanto ainda ocupava o cargo. A decisão de André Coutinho, portanto, não seria apenas administrativa, mas um gesto calculado de sobrevivência política, um recado direto a quem ainda insiste em manter um pé em cada lado do tabuleiro, “servindo a dois senhores”. Nos corredores da prefeitura, comenta-se que a caneta do prefeito agora serve também como instrumento de depuração, limpando de vez os resquícios do grupo ligado ao ex-prefeito e ao comando da Câmara.
Com a saída de Sobrinho, cresce a percepção de que o governo municipal busca desenhar uma nova base de apoio, afastando figuras que remetam ao governo anterior e consolidando uma equipe alinhada à nova fase administrativa.
