Um estudo recente do Instituto Sou da Paz revelou que, no ano de 2023, apenas 36% dos homicídios registrados no Brasil foram efetivamente resolvidos, um dado alarmante considerando a gravidade do problema. Do total de 24,1 mil homicídios, 8.800 resultaram em denúncias criminais formais. O levantamento abrange 16 estados e o Distrito Federal e aponta uma grande desigualdade na capacidade de resolução dos crimes.
O Distrito Federal se destaca positivamente, com uma taxa de 96% de esclarecimento de homicídios, o melhor desempenho entre as regiões analisadas. No entanto, a situação é preocupante em outras partes do país. A Bahia, por exemplo, apresentou a taxa mais baixa, com apenas 13% dos homicídios esclarecidos. São Paulo, o estado mais populoso e com maior arrecadação, também registrou um retrocesso significativo: a taxa de resolução caiu de 40% em 2022 para apenas 31% no ano passado.
Esses dados evidenciam uma disparidade crítica entre as regiões brasileiras no que tange à eficiência das investigações criminais. Enquanto algumas unidades da federação conseguem manter altos índices de solução dos casos, outras enfrentam sérias dificuldades, como a falta de recursos, de pessoal qualificado e até de políticas públicas eficazes.
O baixo índice de resolução de homicídios também reflete o desamparo da população em várias regiões do Brasil, que muitas vezes se sente insegura e desiludida com a falta de resposta do sistema de segurança pública. A situação é um desafio para os gestores públicos, que devem melhorar tanto as condições de trabalho das polícias quanto as estratégias de investigação para garantir a efetiva responsabilização dos criminosos.
Essa realidade, destacada pelo Instituto Sou da Paz, levanta a necessidade urgente de uma reforma na segurança pública e da implementação de políticas que integrem as forças de segurança em um esforço conjunto para combater o crime organizado e melhorar a investigação dos homicídios em todo o país.
