A indústria da moda, sempre ávida por tendências, agora se rende à sustentabilidade, ou pelo menos tenta. Em vez de descartar toneladas de tecido, marcas estão apostando na reciclagem para reduzir o desperdício. Mas, como tudo na moda, o processo é mais complicado do que parece.
O desafio começa na composição das roupas. A maioria das peças mistura fibras como algodão e poliéster, tornando a reciclagem um verdadeiro quebra-cabeça. O algodão pode ser transformado em nova fibra, mas o poliéster precisa ser quebrado e refeito do zero. E é aí que entram as tecnologias inovadoras.
Pesquisas recentes mostram que é possível separar essas fibras de forma eficiente. Por exemplo, um processo hidrotérmico desenvolvido em parceria com universidades chinesas consegue separar o algodão do poliéster, permitindo a reciclagem de ambos os materiais.
Além disso, empresas como a Ambercycle utilizam inteligência artificial para identificar a composição de cada peça e direcioná-la para o processo de reciclagem adequado.
No entanto, a realidade é que menos de 1% das roupas produzidas globalmente são recicladas. E, enquanto a tecnologia avança, a indústria da moda ainda precisa se adaptar para que a reciclagem se torne a regra, e não a exceção.
Enquanto isso, as marcas continuam a desfilar suas coleções, e o poliéster, teimoso como sempre, permanece no centro do palco.